Maze Runner continua sendo uma das minhas sagas distópicas favoritas. Mesmo tendo essa preferência e esse carinho pela história e os personagens, o terceiro filme apresenta algumas irregularidades e uma carga alta de dramaticidade. Dirigido por Wes Ball, Maze Runner: A Cura Mortal (Maze Runner: The Death Cure) acompanha Thomas (Dylan O’Brien) e o grupo de Clareanos em fuga em sua missão final e mais perigosa até então. Para salvar seus amigos, eles devem invadir a lendária Última Cidade. Além disso, Thomas irá descobrir um plano maior, elaborado pela C.R.U.E.L, que poderá trazer consequências desastrosas para a humanidade. Agora, o rapaz precisa se decidir se vai se entregar à organização e confiar na promessa de que esse será o último experimento para, finalmente, encontrar a cura.
O terceiro filme adaptado da obra de James Dashner engrena após os últimos acontecimentos em A Prova de Fogo, quando a C.R.U.E.L leva os integrantes da Clareira e Teresa (Kaya Scodelario) revela ter duas caras, uma vez que estava ciente sobre as intenções da instituição. Os primeiros dez minutos são pura adrenalina. Thomas, Newt (Thomas Brodie-Sangster) Jorge (Giancarlo Esposito), Brenda (Rosa Salazar), Vince (Barry Pepper) e cia se reúnem para resgatar Minho (Ki Hong Lee), que está indo em direção à cidade onde se encontra a sede da C.R.U.E.L. O filme não perde tempo e entrega uma bela dose de dinamismo e ação para deixar os espectadores despertos e impactados.
Se no segundo filme da saga Maze Runner descobrimos que há um vírus mortal que transforma as pessoas em Cranks, em A Cura Mortal partimos em busca da tão aguardada cura, motivo pelo qual muitos estão servindo de cobaias da C.R.U.E.L (relaxa, isso não é spoiler, pois já foi revelado nos dois primeiros filmes). Mas, se formos analisar as sinopses que saíram, será que o roteiro segue o que foi dito nesse resumo? A verdade é que praticamente o filme todo, Thomas e o grupo tentam invadir a organização para resgatar Minho. Não que o personagem não seja importante, pelo contrário, ele é um dos protagonistas mais queridos da saga. No entanto, a curiosidade e a busca pela cura parte muito mais da obsessão de Teresa do que de Thomas. O protagonista só começa a se interessar pelo antídoto, quando o vírus atinge pessoas próximas e uma revelação é feita no desenrolar da trama. Um ponto positivo é que o filme consegue explicar como essa cura funciona no corpo humano e o que acontece quando ela é rejeitada pelo organismo. Tudo isso em meio a muita correria, tiros e explosões.
Assim como reclamei no segundo filme, reforço a minha reclamação nesse novo longa. Infelizmente o passado de Thomas é praticamente ignorado nessa reta final. Ficamos sem saber mais sobre os detalhes da história de vida do protagonista. Acredito que quem leu os livros, sabe mais sobre o personagem e o que mais lhe move, além de derrotar a C.R.U.E.L. Deixando essa parte de lado, a atuação de Dylan O’Brien é boa, satisfatória, pois o espectador consegue enxergar em seu rosto a determinação e a força que ele faz para salvar os amigos, principalmente quando os seus sentimentos mais íntimos entram em conflito com o objetivo do grupo.
Por um lado, Teresa se mostra fria e traíra quando o assunto é encontrar a cura. Por outro, o filme reduz essa frieza, fazendo a personagem se redimir dos seus atos ao ver seus amigos passarem por maus bocados e se esforçarem ao máximo para fugir e encontrar paz e um lugar para recomeçar. É possível compreender o desfecho que a personagem ganha, tornando-se digno à sua redenção.
Já os outros clareanos (Newt, Minho, Brenda, Jorge, Vince, Caçarola) continuam apresentando boa química e o espectador torce o tempo todo por eles, além de se angustiar quando o algo sai do eixo.
Enquanto a personagem Ava Paige (Patricia Clarkson) é pouco explorada, quem rouba a cena é Janson, interpretado por Aidan Gillen. O filme entrega uma carga alta de vilania ao personagem, tornando-o um grande risco, perigo e uma ameaça para todos. Não vou falar muita coisa para não estragar a surpresa, mas assistam e descubram.
O que fica a desejar
Com 2h21min de duração, o filme se estende por demais, trazendo cenas que poderiam facilmente ser cortadas na edição. Além disso, há uma carga alta de dramaticidade, muito mais do que vimos nos filmes anteriores. Há cenas em que os personagens demoram para executar suas ações (disparar uma arma, correr, esperar pelo outro para seguir para o próximo passo, etc) e isso consome tempo, o que pode deixar o público um pouco angustiado. O filme só não fica tedioso, porque há boas cenas de ação.
Considerações finais
O desfecho eleva bastante o drama do filme e vai fazer muitos, especialmente os mais apaixonados pela saga, se emocionarem. Mesmo com ressalvas, Maze Runner: A Cura Mortal tem ótima ação, personagens com química e um desfecho que traz tristeza e redenção de um lado; alegria e recomeço do outro. É um final digno para os clareanos e toda a saga Maze Runner.
Ficha Técnica
Maze Runner: A Cura Mortal
Direção: Wes Ball
Elenco: Dylan O’Brien, Kaya Scodelario, Thomas Brodie-Sangster, Ki Hong Lee, Giancarlo Esposito, Rosa Salazar, Patricia Clarkson, Aidan Gillen, Nathalie Emmanuel, Walton Googins, Barry Pepper, Katherine McNamara, Jacob Lofland, Dexter Darden, Paul Lazenby, Jake Curran e Greg Kriek.
Duração: 2h21min
Nota: 7,9